Preço eletrônico nos supermercados

04/04/2013 19:37

 

Rede varejista de Londrina implanta novo sistema de etiqueta nas gôndolas; tecnologia permite que valores sejam atualizados automaticamente

Fotos: Gina Mardones
Tecnologia deve minimizar problemas de atrasos na troca de etiqueta e divergência entre valores exibidos na gôndola e dos cobrados no caixa
Everton Muffato, diretor da rede de supermercados, diz que o objetivo é implantar a etiqueta eletrônica em todas as lojas
Quem está acostumado à tradicional etiqueta com preços impressos em papel nas gôndolas de supermercados já pode se deparar com algo diferente em um supermercado da cidade. Ao invés de papel, é um display digital que informa, nas prateleiras, os preços do produto. Mas não é só na forma de visualização que há vantagens – por trás do display, existe uma tecnologia que permite que os preços dos produtos no supermercado sejam atualizados automaticamente, minimizando problemas de atrasos na troca de etiquetas e divergência entre os valores exibidos na gôndola e os valores cobrados no caixa. 

A transmissão de dados é feita por rádio frequência. Além de fidelidade às informações de preço, o sistema permite economia operacional de 15% a 20% ao dispensar a necessidade de mão de obra para a troca de etiquetas, afirma Ricardo Franceschini, gerente de produtos da RR Etiquetas, empresa de São Paulo especializada na área. De acordo com ele, mais de 50 lojas em todo o Brasil já adotaram o sistema. No Paraná, são 4. "A tendência é de crescimento forte." 

A rede de supermercados Muffato terminou a implantação do seu sistema esta semana, na loja localizada na Av. Duque de Caixas em Londrina. São cerca de 40 mil itens cujos preços são mostrados na gôndola pelo display digital. De acordo com informações da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), esta provavelmente é a primeira loja no interior do Estado a implantar o sistema. A outra, de outra rede supermercadista, fica em Curitiba. 

O Grupo Muffato investiu R$ 500 mil em software e equipamentos. Para inserir o preço do produto na etiqueta eletrônica, o repositor inicializa o dispositivo utilizando um equipamento coletor. O coletor lê o código no produto e inicializa a etiqueta com aquela referência. Depois que o código é descarregado no servidor, em cinco minutos a etiqueta exibe o preço do produto. Em casos de mudanças de preços, a alteração na etiqueta acontece de forma automática em sincronia com o sistema de gestão ERP (Enterprise Resource Planning) da empresa. 

De acordo com informações repassadas pela assessoria do Grupo, os funcionários gastam cerca de 2 horas ao dia com a colocação de etiquetas, já que os produtos mudam de preço com muita frequência. Agora, este tempo pode ser direcionado a outras atividades. "Acontece de termos o produto em vários pontos da loja e às vezes o funcionário pode lembrar de trocar os preços em alguns lugares e em outros não", lembra Walter Maier Neto, gerente de TI do Grupo Muffato. 

O diretor do Grupo, Everton Muffato, diz que o objetivo é implantar o sistema em todas as lojas, mas trata-se de um investimento que deve caminhar a passos lentos. "A etiqueta eletrônica ainda é uma tecnologia inviável na questão financeira." 

Esta também ainda é, na opinião da Apras, uma das barreiras para a adesão da tecnologia. "Hoje o custo ainda é alto para pequenas e médias. Mas tenho visto como uma tendência, porque diminui o erro humano", declarou o presidente da Apras de Londrina, Wilson Obara. "Tudo é questão de tempo. Com volume, começa a baratear, popularizar e vai ser uma ferramenta poderosa." 

"A busca por tecnologia é constante. Temos hoje a etiqueta eletrônica e existe a vontade de implantar o RFID (Radio-Frequency Identification, que identifica o produto sem a necessidade do código de barras). Mas acredito que ainda demora", pontua ainda César Tozetto, presidente da Apras no Paraná.

Fonte: Folha de Londrina